Arte - Fábio André Rheinheimer

OLHARES E SUAS INSPIRAÇÕES

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REGISTROS DE NYC

As impressões dos fotógrafos Leandro Facchini e Douglas Fischer na passagem pela Big Apple.

“Impactante”, “surpreendente”, “dinâmica”, eis apenas alguns dos adjetivos atualmente atribuídos a Nova Iorque, que em nada lembra o seu princípio modesto em 1620, como o singelo e despretensioso entreposto comercial dos holandeses, assim estabelecido após a tomada do controle da ilha de Manhattan. Em 1790, consolidada como a maior cidade dos Estados Unidos, com um importante porto marítimo a fortalecer sua aptidão econômica, Nova Iorque já delineava seu futuro cosmopolita e plural, o qual serviria de inspiração para incontáveis filmes e roteiros literários. Essa vocação se solidificou e, nos dias atuais, continua a inspirar escritores, poetas, artistas e a todos que se deixam seduzir pela vibração das suas ruas e avenidas. Os fotógrafos gaúchos Leandro Facchini e Douglas Fischer, por exemplo, não impuseram obstáculos, tampouco manifestaram qualquer resistência nesse sentido, apenas se deixaram levar como que inebriados pelos encantos dessa bela cidade.

Fotógrafo Douglas Fischer

Embora as lentes de Douglas Fischer estejam hoje voltadas para os elementos da natureza, dos quais flores e folhas compõem uma série inédita e essencialmente minimalista, em sua trajetória nas artes, Fischer demonstra especial interesse pelo contexto urbano, em particular pelas cidades cosmopolitas, as quais são objeto de sua produção continuada. Tratando-se de Nova Iorque, metrópole pela qual tem singular apreço, ele recomenda percorrê-la caminhando, tanto quanto possível, pois acredita que a contemplação da cidade, dos seus habitantes e das suas edificações é um exercício prazeroso sobre o qual argumenta: “NYC é única, mas sempre diferente. Há muito a descobrir. Claro que explorar os pontos ‘mais turísticos’ é legal, mas o bom mesmo é caminhar, andar, ter objetivo de encontrar coisas novas, diferentes, não vistas antes, mesmo que já se tenha passado no local. Perder-se para encontrar algo inesperado”.

Fotógrafo Douglas Fischer
Fotógrafo Leandro Facchini

Sobre a arquitetura, Fischer conclui: “Se há prédios icônicos, como não sempre voltar os olhos para o Empire State Building, relembrando das cenas épicas de King Kong?” E, ainda sobre esta edificação, acrescenta: “(...) também pode aparecer meio tímido ao longe de prédios que mais remetem para a NYC da década de 40.”

O portfólio extenso e plural de Leandro Facchini apresenta uma diversidade de temas desenvolvidos durante décadas de trabalho na fotografia. Atualmente, Facchini amplia seu campo de atuação e se dedica à produção de vídeos, projetos especialmente desenvolvidos com uso de drones. Porém, a despeito de toda a experiência profissional, esse fotógrafo também não ficou imune à Big Apple: “A primeira impressão de NY, logo que cheguei na Times Square, foi me sentir ‘miniaturizando’, a imponência vertical de Manhattan impacta!”. Fã incondicional de Nova Iorque, Facchini sugere: “Se tiver oportunidade e tempo, saia um pouco de Manhattan. Visite bairros como o Brooklyn, que é lindo, assim como outros mais excêntricos, como o Williamsburg, um bairro de judeus ortodoxos. Enfim, New York reúne várias culturas e merece sucessivas visitas.” Quanto à melhor estação do ano para conhecê-la, ele indica a sua preferida: “Quem não teme o frio, minha sugestão é visitá-la no outono”, e complementa: “Em meados de novembro, inicia o espetáculo das árvores por toda a cidade. E é de tirar o fôlego!“.

Tratando-se de Nova Iorque, múltiplas e infindáveis são as possibilidades de apropriação que essa pulsante metrópole oferece aos visitantes, fotógrafos ou não. Em tempos de resguardo, a sugestão é rever - ou descobrir - um pouco mais sobre essa bela cidade, a partir do trabalho desses profissionais da fotografia, disponíveis em:

@leandrofacchini

@douglasfischer_fotografia

Fotógrafo Leandro Facchini

MODA + ARTE

O estilista Régis Duarte celebra 21 anos de sua marca e funde suas criações com as imagens do fotógrafo Tiago Coelho, e o resultado é uma coleção irresistível. Na contemporaneidade, diversas são as definições do que seria luxo e, em muitas delas, um aspecto é frequente: a exclusividade. Portanto, a produção restrita a um número limitado de criações é, certamente, objeto de desejo de muitos consumidores.Nesse sentido, Régis Duarte, cujo currículo inclui passagem pelo Instituto Pratt e o Instituto de Moda e Tecnologia de Nova Iorque, mantém-se coerente à trajetória iniciada nos anos 1990, quando customizava camisetas e as transformava em peças únicas. Na coleção de verão 2021, que celebra 21 anos da marca, o estilista apresenta vestidos, blusas e kaftans, resultado da fusão com as imagens do fotógrafo Tiago Coelho, indicado para o Infinity Awards 2017 (ICP, NY), cujos trabalhos já foram expostos na Suíça, China e Rússia. Diante dessa coleção impecável, que associa arte ao vestir, cabe a pergunta: como resistir?

Confira:

@tiagocoelhobr

@regisduarteportoalegre

Moda + Arte - estilista Régis Duarte e o fotógrafo Tiago Coelho
Cerâmicas de Mário Thaddeu Neto

ARTE EM SINTONIA COM O MUNDO ORGÂNICO

O artista porto-alegrense Mário Thaddeu Neto amplia seu repertório e desenvolve série de colares, anéis e brincos em cerâmica. Mário Thaddeu Neto desenvolve sofisticada produção de obras na técnica cerâmica, sob influência teórica e conceitual do Art nouveau e do modernismo, importantes referências da história da arte, que norteiam a sua produção. Porém, a pesquisa conceitual desse artista não fica restrita às artes visuais, pois outros elementos o influenciam: “As imagens de artefatos arqueológicos em livros, programas televisivos, como Cosmos (Carl Sagan) e as Aventuras de Jacques Cousteau, além dos filmes de ficção científica”, relata Thaddeu.

Embora o céu seja o limite na concepção de suas obras, esse artista subdivide sua produção em: conceitual, com ênfase nas formas orgânicas; e decorativa, na qual o artista flerta com o design assinado de luminárias, colares, anéis e brincos.

@thaddeuceramics

 

Livro do fotógrafo Flávio Wild

CIDADES EUROPEIAS SOB A PERSPECTIVA ONÍRICA

Na obra Silêncio em Siena, Flávio Wild apresenta saborosos relatos tensionando a realidade. Designer gráfico, fotógrafo, arquiteto e artista visual, com 30 anos de atuação nas áreas cultural e editorial, Flávio Wild traz em Silêncio em Siena narrativas desenvolvidas, tendo por cenário 15 cidades europeias, entre elas: Praga, Paris, Barcelona, Veneza, Berlim, Siena, Amsterdã etc. No livro, Wild subverte a ótica usual do turista, distanciando-se, assim, do estereótipo do “livro de viagem”. “Em vez da descrição de pontos turísticos, os capítulos concentram-se em encontros com personagens da paisagem local, iluminuras que remetem a sonho e delírio”, comenta o autor. Esse e outros fragmentos do universo poético de Flávio Wild estão disponíveis:

@flavio.wild

“Silêncio em Siena”, de Flávio Wild - Editora 7Letras - Rio de Janeiro, 2010 – Financiamento FUMPROARTE/POA – ISBN 9788575775844

Prêmio Açorianos Capa do Ano, 2010

 

Fábio André Rheinheimer, arquiteto, artista visual e curador independente, participou de diversas exposições coletivas, exposições individuais e salões de arte.  Atua profissionalmente nas áreas de arquitetura e artes visuais, em Porto Alegre, onde reside.

(51) 98182 5595

 /fabioandre.rheinheimer 

 @fabio_andre_rheinheimer 

 art.far@hotmail.com