Estratégia

SUA ESTRATÉGIA FOI CONSTRUÍDA EM 2019? SAIBA COMO ADAPTÁ-LA AO MUNDO PÓS-PANDEMIA.

SUA ESTRATÉGIA FOI CONSTRUÍDA EM 2019? SAIBA COMO ADAPTÁ-LA AO MUNDO PÓS-PANDEMIA.

Paulo Beck* /Foto: Jony Partos - Moca Estúdio
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É básico que uma estratégia esteja baseada no longo prazo, mas se o futuro que você projetou estava baseado em premissas que não existem mais, fatalmente ela irá levá-lo ao erro.

Adaptabilidade, flexibilidade, comunicação, liderança, colaboração e criatividade, tudo isso mudou. Vivemos um mundo completamente diferente. Sabemos que a inovação pode alavancar seu negócio, mas como inovar em um ambiente de incertezas?

O planejamento estratégico “clássico” foi amplamente difundido pelas escolas de negócio há décadas, cujo cerne do plano estava baseado numa visão a longo prazo e em um conjunto de passos para alcançá-lo. As organizações eram baseadas em comando e controle, gerando uma quantidade enorme de “tarefeiros”, ou seja, pessoas ótimas em executar tarefas atribuídas a elas, mas que possuem maior dificuldade em compreender o que precisa ser feito.

Esse novo mundo que se abriu já não segue mais essa lógica. Nos damos conta de que o futuro é incerto, e tentar prevê-lo não é uma tarefa fácil. Precisamos transformar empresas rapidamente, executar novos modelos de gestão baseados em colaboração e criatividade. Aqui precisamos de uma estrutura matricial e conectada, não de comando e controle.

Ao se dar conta disso, as empresas estão lançando mão de planejamentos que permitam ações efetivas seguindo os horizontes de inovação H1 (reforçar), H2 (renovar) e H3 (recriar). Realizar o planejamento seguindo os horizontes de inovação não irá, por si só, resolver magicamente os seus problemas. É necessária a ação e o engajamento de indivíduos. Pessoas essas que, no período de pandemia, foram obrigadas a permanecer em casa, e depois de muita espera, estão tendo a opção de voltar a trabalhar presencialmente. As empresas reabrem seus ambientes para receber os seus colaboradores, mas adivinhem só: Eles não querem mais voltar!

Eles estão felizes ao trabalhar em casa, aquela que antes era apenas um espaço utilizado para dormir. Os ambientes no qual as empresas faziam negócios terão que mudar: os vários andares, múltiplos conjuntos de salas comerciais não são mais atrativos. Eles querem, agora, viver e usufruir do espaço onde se encontram de forma mais integrada. O desenho de qualquer nova estratégia deverá contemplar também como atrair e manter pessoas engajadas, nos mais distintos formatos.

Empresas nativas digitais como Uber e Amazon não precisaram reordenar sua estratégia para um Novo Mundo, pois os seus clientes já eram digitais. Para as empresas tradicionais restou a adaptação, pois não há mais tempo para se preparar.

Como Jeff Bezos da Amazon sempre fala, só existe uma forma de inovar: juntar pessoas inteligentes em uma sala para pensar e começar a construir o novo.

(*) Paulo Beck é Administrador de empresas, empreendedor em série, investidor anjo e executivo corporativo. Com uma ampla trajetória em empresas multinacionais, como a Hewlett-Packard, Paulo é um evangelista e estrategista de diversos programas de inovação, transformação digital e aceleração corporativa. Como investidor e mentor em diversas aceleradoras de startups no Brasil, tem estruturado fundos de investimento semente nas áreas da saúde, finanças, varejo e agro, e participado de inúmeras bancas de avaliação para mentoria e aconselhamento de startups.

@pauloricardobeck www.growplus.com.br