O universo das artes visuais sob o prisma da atividade de curadoria usualmente é balizado por elementos imprescindíveis: parâmetros técnicos e teóricos - a história da arte; a poética do artista, entre outros que, quando associados à possibilidade de acompanhar o fazer artístico continuado, a tornam mais instigante.
Essa atividade me proporcionou o privilégio de acessar produções e artistas das mais diversas técnicas. Há algum tempo, observo uma aproximação entre as propostas de quatro fotógrafas e seus projetos similares: Sílvia Dornelles, Andréa Barros, Fernanda Garcia e Anelise Barra Ferreira que realizam suas pesquisas a partir da natureza; para ser mais preciso fragmentos desta, ou seja, folhas e flores.
Embora desenvolvido segundo mesmo tema, o processo de investigação destas quatro fotógrafas ocorre em observância às questões de cunho pessoal e intransferível (e não poderia ser diferente, é claro). Andréa Barros salienta a importância do exercício continuado: “a natureza em flor com suas inúmeras formas e flores, aos poucos, foi encontrando o universo abstrato como forma de expressão”.
Fernanda Garcia descreve a amplitude de elementos que condicionaram o processo: “procuro captar a ‘essência da vida’ através da contemplação da natureza. São as cores, as formas, o movimento, a beleza, a diversidade, as imperfeições, o tempo e a luz natural que inspiram o meu trabalho”.
Anelise Barra Ferreira comenta sobre os suportes de sua pesquisa: “a passagem do tempo, a efemeridade da vida ganha forma e cor em folhas, que encontro no meu jardim ou na feira ao lado de casa, ao sensibilizá-las pela “técnica” denominada fitotipia - impressão de imagens em vegetais”.
Diante das incontáveis possibilidades do fazer artístico, Sílvia Dornelles conclui: “diferentes prismas, frente ao mesmo elemento, traduzem a diversidade de registros que podemos obter por meio das lentes de uma câmera, revelando a magnitude do ecossistema ao nosso redor. A busca pelo melhor ângulo é a busca pela melhor transcrição da linguagem estabelecida entre a emoção da descoberta e o registro fotográfico”.
Embora suspeito, recomendo o trabalho destas artistas disponível em:
@fernanda_garcia_photography
@sildornelles
@anelise_barra_ferreira
@andreabarros_photomobile
Fábio André Rheinheimer, arquiteto, artista visual e curador independente, participou de diversas exposições coletivas, exposições individuais e salões de arte. Atua profissionalmente nas áreas de arquitetura e artes visuais, em Porto Alegre, onde reside.
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