ESPECIAL SÃO PAULO

IBIRAPUERA, ÍCONE ATEMPORAL

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Crédito: Maíra Acayaba
Banco Sonoro Raizes Negras

COM 68 ANOS DE IDADE E UMA HISTÓRIA QUE INCLUI ARTE, ARQUITETURA, MEIO AMBIENTE E FATOS MARCANTES PARA A CIDADE, O PARQUE SE MANTÉM BELO E ATUAL.

 

RIQUEZA NATURAL

O Ibirapuera é a cara de São Paulo. Fundado em 21 de agosto de 1954, como um presente pelos 400 anos da cidade, o parque acolhe construções históricas como o Auditório Ibirapuera, a Marquise, o Museu Afro Brasil, a Oca, entre outras, todas concebidas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, com projetos estruturais do engenheiro Joaquim Cardozo. Os jardins, desenhados pelo paisagista Otávio Augusto Teixeira Mendes, com conceito e anteprojeto de Roberto Burle Marx são um bálsamo para os olhos. Por essas e outras, o local é, em sua totalidade, tombado pelos órgãos municipais e estaduais e é considerado patrimônio nacional.

 

A área verde impressiona e em seus 1,5 km² é possível encontrar 532 espécies de plantas, incluindo árvores, arbustos, herbáceas e briófitas. Quanto à fauna, desde 1992 é realizado um registro das espécies que habitam ou utilizam o Ibirapuera em períodos migratórios. Ao todo, são mais de 352 espécies, entre borboletas, peixes, répteis, anfíbios, mamíferos e, o maior contingente de todos: as aves (mais de duzentas espécies).

O lago e a fonte do Ibirapuera tornaram-se icônicos e atraem visitantes e moradores. Com 150 mil metros quadrados, a grande extensão de água atua como um divisor entre a área cultural e a ambiental e desempenha importantes funções e serviços ecossistêmicos, como absorção da água da chuva e a moderação climática. Diversas espécies de peixes e tartarugas vivem ali.

Planetário / Crédito: Divulgação Urbia Parqiues

ARTE AO AR LIVRE

Dentro dos limites do Parque existem aproximadamente 25 monumentos, estátuas e esculturas, além de objetos simbólicos como o banco doado pela cidade de Nova Iorque em 2011. Isso porque a cidade de São Paulo sediou o C40, evento internacional que reuniu prefeitos de 40 cidades de todo o mundo, para discutir projetos ligados ao meio ambiente e o prefeito da cidade americana na época, Michael Bloomberg visitou e gostou muito do Ibirapuera presenteando o Parque com um banco do famoso Central Park. Ele fica na famosa Praça do Porquinho.

Quanto à Praça da Paz, é uma homenagem às comemorações relacionadas à paz mundial na década de 60. Na época, para representar a integração entre os povos do planeta, foram plantadas espécies vegetais dos cinco continentes no local: dendezeiros (espécie de palmeira da África); álamos (árvore europeia); flores de abril (asiáticas); plátanos (Canadá) e mamelucas (arbusto da Austrália). Sem contar o pau-brasil, o anfitrião.

Uma obra recente, instalada ao lado do Museu Afro Brasil também chama muito a atenção. O designer Hugo França, em uma parceria com a atual gestora do parque desenvolveu um projeto intitulado “Banco Sonoro Raízes Negras”. Trata-se de um banco ecológico sonoro produzido a partir de uma raiz de árvore tombada do Ibirapuera que “conta” as histórias de vida de pessoas afrodescendentes e por meio de depoimentos foram coletados através do Museu da Pessoa, na coleção Vidas Negras. São nove trechos que evidenciam a contribuição dessas pessoas na sociedade, acompanhados músicas compostas pelo Estúdio Cordel Áudio, de Andre Caccia Bava. Pura emoção!

GASTRONOMIA NO PARQUE

Há pouco tempo, uma grande novidade surgiu no parque: um restaurante de alta gastronomia brasileira imerso na natureza do Ibirapuera. Batizado de Selvagem, é totalmente integrado ao ambiente do parque e tem a cozinha comandada pelo talentoso chef Filipe Leite. Instalado bem no meio da pista de cooper, o local rodeado de majestosas árvores tem a arquitetura muito bem pensada, com instalações 100% externas e um deck foi construído para abrigar, confortavelmente, 180 lugares. Apenas a cozinha e a área de apoio ficam na construção fechada. Para os dias de chuva, há um potente toldo blindado que não permite o vazamento de água.

E mais: toda a madeira bruta utilizada na construção é de reaproveitamento de árvores mortas do parque e a iluminação foi toda projetada de cima para baixo, para não atrapalhar a vida noturna dos pássaros locais. O menu valoriza os ingredientes tipicamente brasileiros, assim como os drinques, que são outro carro-chefe da casa. Ou seja, os visitantes poderão almoçar e jantar ou, simplesmente, ir ao Selvagem para um happy hour.  A entrada é pelo portão da Avenida Quarto Centenário e é de fácil acesso para quem está na Avenida 23 de Maio, Avenida Ibirapuera e Avenida República do Líbano. Vale dizer que o Selvagem pertence ao Grupo Vista, proprietário do premiado Vista Restaurante, localizado no rooftop do Museu de Arte Contemporânea (MAC), logo ali ao lado, e pioneiro na alta gastronomia do parque. O café Vista também faz parte e tem opções para um lanche rápido e saboroso.