Trabalhar com arte em uma perspectiva ampla envolve tanto o lançamento e a promoção de artistas em contextos diversos – que podem ser em curadorias específicas, como para um projeto arquitetônico ou exposição – quanto a venda de suas obras. E isso também pode ocorrer em espaços variados e não apenas dentro de galerias convencionais, difundindo a arte para todos. Não é de hoje que venho trabalhando para estimular o olhar, o uso e a qualidade da arte na CASACOR, tendo tido diversas experiências exitosas em vários Estados, das quais me orgulho muito. Desta vez, um dos ambientes da recente CASACOR São Paulo foi a Galeria Origami, espaço com projeto de GDL Arquitetura. Participei desde antes da execução do projeto do arquiteto Gabriel de Lucca para receber a arte. Passei a viver em São Paulo para acompanhar de perto o trabalho que acolheria uma galeria funcional com obras à venda e eventos durante toda a CASACOR – mostra que confirma dar importância a todas as áreas pelas quais transita, desde arquitetura e paisagismo até décor, design e arte.
“O Papel da Arte” entrou em cena com expoentes das artes visuais brasileiras oriundos de vários quadrantes do País, para representarem a inclusão de todos os artistas e suas diversas vertentes criativas. Técnicas sobre papel de Iberê Camargo, Amílcar de Castro, Tomie Ohtake, Glauco Rodrigues e Rubem Valentim inauguraram o espaço. Seguiram-se Maria Tomaselli, Roseli Jahn, Tiago Tebet, Daniel Steegmann Mangrané, Alexandre Cunha, Luiz Carlos Barreto, Renata De Bonis, Francisco Ding Musa e Gais Ama. Hugo França, com suas peças únicas na fronteira do design-arte, mereceu uma sala especial. Deste modo, a criação tridimensional completa o panorama contemporâneo e diverso proposto pela minha curadoria. Testemunhei que não foi incomum o número de 4 mil visitantes em um dia na CASACOR, que ocupou em 2023, pela segunda vez, o mezanino do Conjunto Nacional, em plena Avenida Paulista. Por lá desfilaram visitantes de vários Estados que tomaram contato com obras escolhidas com muito critério, em meio à harmonia de um projeto de arquitetura, décor e arte. Houve momentos especiais, os sábados com vernissages, para receber convidados com brindes à arte, como em uma galeria convencional. Por tudo isso, o Studio Prestes agradece à CASACOR e à GDL Arquitetura e às parcerias de Galeria Almeida & Dale, Instituto Rubem Valentim e Instituto Tomie Ohtake. E reafirmo que todo lugar é espaço de arte e, na companhia da arquitetura, gera experiência de encantamento.
Cézar Prestes, gestor cultural, marchand e curador. Teve atuações como Secretário de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul, diretor do Departamento de Patrimônio Histórico, Museus e Arquivos do RS, Museu de Arte do RS Ado Malagoli (MARGS), diretor e curador do Centro Cultural Aplub e das suas galerias Grafite e Cézar Prestes Artte. Entre suas ações, como diretor do MARGS, realizou a exposição Arte na França, que atraiu 37 mil visitantes do Brasil e do exterior.
@cezarprestes