Em 2024, o fotógrafo Fábio Petry celebra 15 anos de atividade nasartes com a série Paisagem Lírica — breve fragmento de sua intensa produção com predomínio das nuances minimalistas. Enquanto manifesto visual muito particular, Paisagem Lírica expressa a coerência de uma pesquisa estética continuada, bem como a consolidação do universo multifacetado concebido ao longo dos anos pelas lentes desse artista. Ponto alto das comemorações que desvelam a poética de Petry, essa série originou a exposição homônima, que já fora apresentada no Centro Municipal de Cultura Arno Michaelsen, em Gramado/RS (e que também é prevista para se realizar em Porto Alegre), a qual tenho o prazer de assinar a curadoria. Informações adicionais estão disponíveis em: @fabiopetry
PAISAGEM LÍRICA Na série Paisagem Lírica, Fábio Petry apresenta obras com predomínio de tons neutros e seleta cartela de cores, onde sesobressaem paisagens naturais, fragmentos visuais selecionados de distintos biomas, bem como, suas particularidades quanto a flora e fauna — objetos usuais de investigação deste artista que, entre tantos outros, se detém em singelas parcelas do ambiente natural, temas desvelados com maestria por suas lentes —, e que compõem um portfólio instigante, plural e dinâmico, na arte da fotografia. Em Petry, cuja produção transpõe milhares de obras, conceitualmente, a pesquisa também abrange detalhes sutis e ângulos inusitados a serem explorados, a qual muito se aproxima da estética minimalista — minimal art, tendência em voga nas artes visuais entre os anos de 1950 e 1960 nos Estados Unidos, especialmente desenvolvida em Nova Iorque.
No cenário norte-americano, em meados dos anos 50, o minimalismo se apresenta como alternativa a se contrapor ao expressionismo abstrato já estabelecido nas artes. Explorando a transversalidade entre técnicas, especialmente a interação entre a pintura e a escultura, o minimalismo é isento de mensagens ou elementos interpretativos e, portanto, se apresenta despido de emoções, metáforas ou ideias pré-estabelecidas a serem decodificadas pelo espectador. Na técnica fotográfica, o minimalismo explora a luz e a sombra, cores contrastantes e tons neutros, bem como linhas que, associadas às formas geométricas, definem a composição final. Por meio de suas lentes — seja registrando ampla perspectiva visual, seja captando singelos detalhes da flora e fauna —, Fábio Petry eterniza a essência de temas que lhe são caros, que encontram eco em seu íntimo, portanto, muito particulares. Esse processo resulta num portfólio no qual se sobressaem frações do ambiente natural, registros de formas e cores, detalhes plenos de sutilezas. Decorrente de acurada qualidade técnica e refinamento minimalista, Paisagem Lírica se impõe enquanto manifesto visual particular, absolutamente despida de efeitos, adornos ou elementos estéticos outros que possam distanciar o observador da proposta coerente desse artista — desenvolvida a partir de minuciosa e continuada investigação —, a conceber um universo imagético potente e elegante.
Fábio André Rheinheimer, arquiteto, artista visual e curador independente, participou de diversas exposições coletivas, exposições individuais e salões de arte. Atua profissionalmente nas áreas de arquitetura e artes visuais, em Porto Alegre, onde reside.
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