Arte - Fábio André Rheinheimer

GUTEMBERG OSTEMBERG

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Natural de Campo Grande/MS, residente em Porto Alegre desde 1996, Gutemberg Ostemberg apresenta uma diversidade de temas e interesses em seu portfólio de fotografias. Em 2001, iniciou seus estudos nessa arte, com cursos de fotografia analógica e digital, laboratório fotográfico, e vários workshops, destacando-se os realizados sob orientação de Walter Firmo, Evandro Teixeira e Zé Paiva.

     Em seu currículo, há participações em salões nacionais e internacionais, com destaque para o Photo Nature Internacional, o Paris International Street Photo Awards, e o International Exhibition of Art Photography KOKINO 2022, além de várias exposições coletivas e individuais, dentre elas: “Um Norte”; “Instantes Urbanos”; “Cenas Sulistas”; “Ímpar Porto Alegre”; “½ Urbano”; e “Conexões Contemporâneas”, a qual tive o privilégio de realizar a curadoria.

Atualmente, Ostemberg dirige o Fotoclube Porto-alegrense, e dedica-se a vários projetos, lecionando, paralelamente, fotografia com ênfase em composição. Gentil e solícito, Ostemberg aceitou meu convite para responder a algumas perguntas.

Ostemberg, escolheste a fotografia ou foi a fotografia que te escolheu?

     Acredito que a fotografia acabou me escolhendo. E isso pode até ser uma ironia do destino. Digo isso, porque, em 2006, fui diagnosticado com uma enfermidade nos olhos denominada “Doença de Best”, com a afirmação médica de que em dois anos eu ficaria totalmente cego. Procurei uma segunda opinião médica e foi constatada, de fato, uma degeneração na parte do fundo dos meus olhos, responsáveis pelo foco. No entanto, a perda de minha visão focal cuida-se de um processo lento e contínuo. Em todas as produções de minhas fotografias, utilizo o processo de ajuste manual do equipamento fotográfico. Quanto ao foco, em razão de minha deficiência visual, obrigo-me a me socorrer do processo automático das lentes. Assim, penso que a fotografia me escolheu, pois a ela importa não o que vemos nas coisas, mas o que enxergamos nelas, que resulta de um processo de inspiração, de sentimentos, de estado de espírito.

Tens alguma rotina em teu trabalho?

     O meu processo fotográfico difere dependendo das proposições que me são apresentadas. Eu me sinto bastante confortável com um processo cadenciado em razão de minhas necessidades de obtenção da imagem. Certamente, com fotos que não exigem requintes de produção, eu sigo o meu fluxo natural e vou registrando as cenas apresentadas que, de fato, me interessam e que possuam um diferencial. Isto ocorre em cenas streephoto ou em paisagens urbanas. Em cenas produzidas, como na fotografia híbrida, a minha rotina é bem mais lenta, e pensada, e repensada. Em portraits, a rotina não depende só de mim, mas dos modelos também e da fruição da boa luz. E, num segundo momento, a minha edição e finalização das imagens escolhidas revela-se um processo de grande prazer. Gosto muito de editar ouvindo boa música, como jazz, soul ou clássicas.

 

Na atualidade, o fotógrafo ainda cumpre o papel de cronista da realidade, ou isso se tornou obsoleto?

     Não creio que tenha se tornado obsoleto. A humanidade envolve questões sempre muito interessantes para a fotografia. Basta lembrarmos que, recentemente, tivemos uma forte pandemia, que rendeu fotos fantásticas retratando tal momento, em cenas de ruas vazias, de lugares comumente abarrotados de pessoas, em razão da Covid e da falta de vacinas.

 

Novos interesses fotográficos documentais e jornalísticos vão surgindo, à medida que vivemos em constante mutação de costumes e vivências. Há algo que tens interesse, mas ainda não foi objeto de tuas lentes?

     Certamente que há sempre algumas coisas que pretendemos fotografar. Tenho, nesse contexto, alguns interesses, como, por exemplo, autorretratos.

 

Quais são os teus projetos futuros?

     Tenho a pretensão de desenvolver futuramente mais alguns temas como os retratos em light painting, os autorretratos, a fotografia híbrida, a fotografia documental, bem como a elaboração e efetivação de cursos de fotografia direcionados a comunidades carentes e/ou a jovens estudantes.

Fábio André Rheinheimer, arquiteto, artista visual e curador independente, participou de diversas exposições coletivas, exposições individuais e salões de arte.  Atua profissionalmente nas áreas de arquitetura e artes visuais, em Porto Alegre, onde reside.

(51) 98182 5595

 /fabioandre.rheinheimer 

 @fabio_andre_rheinheimer 

 art.far@hotmail.com