Não há como pensar nesta pandemia sem falar em transformação. O mundo mudou, as relações humanas mudaram, tudo mudou... se foi para melhor ou pior, depende de cada um, de como vimos, reagimos, suportamos, nos reinventamos, nos ressignificamos. Quais lições ficam ou ficarão? Bem-vindas sejam as vacinas, as imunizações, as retomadas, as revoadas! Sim, precisamos abrir asas e mentes, olhar com o devido distanciamento (me refiro a um outro distanciamento) e ver no que de fato nos transformamos. Continuamos os mesmos? Ou existe um poder transformador maior, no qual já estamos inseridos? Teorias de conspirações, negações, ideologias distintas... Todos têm o direito de pensar naquilo que acreditam ou que não acreditam. Mas sobre uma coisa todos concordam: um abraço nunca fez tanta falta! O capital “afeto” disparou nas bolsas de valores da vida, no pregão do coração, o beijo agora é artigo de luxo. A Onne sempre diz que quer ser “a leitura dos seus desejos”, porém, desejo realizado sem afeto, vira chuchu sem sal. Então, viva! Já temos aí uma bela lição e algo a comemorar. E nesse sentido, podemos dizer que a nova Revista ONNE DIGITAL vem cumprindo seu papel. Além de nossa vocação além-fronteiras e “abre-cabeças”, sabemos que 2020 foi um ano assustador, no qual clientes, amigos, leitores e parceiros foram essenciais para mantermos nosso propósito: continuar levando conteúdo de qualidade nas mais diversas áreas - arte, arquitetura, lifestyle, moda, gastronomia, design, turismo, saúde, entre outros temas que alimentam nossa alma. Nesta edição, em especial, tivemos um prazo menor para deixar tudo pronto, um esforço recompensado com tantas pautas enriquecedoras e surpreendentes. A começar pela matéria de capa, com a obra “Ressureição” de Siron Franco, composta por 365 manequins de diversos tamanhos, suspensos por cabos de aço, que parecem flutuar. Uma homenagem às vítimas do COVID-19, aos profissionais da saúde e ao mesmo tempo uma celebração à vida, pela leveza, pelo colorido, pela atmosfera de festa que apresenta, pela vitória à pandemia. Afinal, venceremos e sairemos dessa batalha transformados, ainda mais fortes e mais loucos por abraços, beijos e, claro, por uma boa leitura... Marcelo Tovo