Turismo Aéreo

VOAR EM BALÃO

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Que tal uma bela e vasta paisagem a partir de uma perspectiva diferente e que fica para sempre entre as lembranças memoráveis? Pois o balonismo – voo em balão de ar quente - é dessas experiências cada vez mais procuradas, capaz de fisgar de vez os apaixonados pela imensidão do céu a ponto de se tornar um trabalho recompensador.

Entre as particularidades de um voo de balão está a parte do dia considerada a melhor em quase todo mundo. Geralmente bem cedo, antes do sol despontar, o balão é preparado, uma vez que as características atmosféricas são mais estáveis, com menor temperatura, menos ventos, sem turbulência.

Quem já desfrutou das belezas de um passeio pela região de Praia Grande, em Santa Catarina, considerado um dos principais lugares do mundo para a prática deste esporte é Suriàn Dupont, turismóloga de formação, responsável pelo site e instagram Garfo e Mala [@garfoemala]: “Meu voo foi pela empresa Canyon Sul Balonismo, acordamos antes do nascer do sol, estávamos numa pousada perto do embarque, a agência providenciou o transporte até a arena. Quando chegamos, o balão já estava ganhando forma. Embarcamos em um de oito lugares. Escutamos as instruções do piloto, para em seguida alçar voo. Foi tão suave que nem senti que já estávamos decolando. Outro fato que chamou atenção foi que o cesto permaneceu firme o tempo todo. Eu achava que essas cabines balançavam no ar, mas não. Passamos dos 1.000 m de altitude, vimos o sol despertando. Nosso piloto abriu um espumante, entregou as taças e brindamos, acompanhados de trilha sonora. Pensa em prazer inigualável isso tudo. Pousamos em um campo tranquilamente, com equipe pronta em terra para nos pegar. Que momento incrível!”.

Experiência maravilhosa para Suriàn Dupont / Foto: Suriàn Dupont -Garfo e Mala

PAIXÃO PELOS CÉUS

Fernando Machado, ex-modelo e fotógrafo internacional de moda, responsável pelo projeto Capital dos Cânions, desenvolvido em 2019 por meio de registros fotográficos, está entre os profissionais que têm contribuído pela disseminação do turismo e do balonismo na região de Praia Grande (SC). A ideia surgiu em 2014 quando morava fora do Brasil e já tinha conhecido os sete continentes: “Eu desejava voltar para Santa Catarina com ideias direcionadas para o turismo. Iniciei com fotos para hotéis e pousadas e imagens aéreas. Certa vez, sobrevoei de balão para fazer os clicks da cidade e passamos bem próximo ao outlet de carros do meu pai. Consegui visualizar a expressão dele emocionado. Quando fez aniversário, dei de presente um voo, foi uma das poucas vezes que o vi chorar de alegria. O balonismo tem desses momentos e é lindo de ver. Decidi levar o esporte como um projeto de vida e me capacitei para ser piloto”. Atualmente, Fernando é proprietário da empresa Balonismo nos Cânions [@balonismonoscanionsbrasil], dispondo de três balões, entre eles um em formato de coração, muito apreciado por casais em lua de mel e para pedidos de casamento.

 

FAMÍLIA UNIDA

“O primeiro voo foi mágico”, conta o piloto Luciano Gross Caetano, da empresa @voe_nos_canyons em Praia Grande. Morava em Torres, cidade onde acontece um dos maiores festivais internacionais desse esporte no Brasil. Era estagiário da Prefeitura e quis ser voluntário no evento. “Ganhei um voo de um argentino e amei a experiência”. De tanto acompanhar as edições a cada ano, recebeu um convite, em 2007, para integrar uma equipe para um campeonato em Fraiburgo (SC). Resolveu ir mais além e estudar as regras. Em 2010 conquistou a habilitação para piloto, e teve muitas alegrias no caminho, fechando contratos com empresas que investiram suas marcas em publicidade aérea. Em 2017, adquiriu seu balão para passageiros. Morou em Campos do Jordão (SP), já vivendo do balonismo. Voltou para Torres em razão da pandemia. Atualmente conta com três modelos, sendo um deles operado pela esposa Jaqueline, que também se encantou por esse universo dos voos e foi sua aluna. Luciano dá aulas para formação de novos pilotos, e já percorreu os céus do Chile, Argentina, Uruguai. O casal já participou de festivais também fora do Brasil, como o de Tawian. “Entre as boas recordações vivenciadas, uma cliente quis fazer uma surpresa para o marido anunciando que ele seria pai. Também assisti a muitos pedidos de casamento. São tantos acontecimentos felizes que presenciei nestes anos, que é emocionante mesmo”, destaca Luciano, que está prestes a lançar mais um balão, um special shape com design que vai surpreender.

Momentos memoráveis e muitas imagens para guardar, como este registro de Fernando Machado

PELAS SAVANAS AFRICANAS

Engenheiro mecânico de formação, Eduardo Melo [@eduardoballoonpiltot]  morava em Piracicaba (SP) numa cobertura quando foi fisgado. “Certo sábado, por volta de 1989, vi muitos balões no céu. Um deles veio em minha direção, passando cerca 3 metros da minha cabeça. Estava acontecendo um campeonato. Consegui entrar na arena no dia seguinte. Assisti a dois caras suando pra colocar um balão numa caminhonete e me ofereci pra ajudar. O campeonato durava cerca de nove dias, e aconteciam aulas de voo naquele balão. Perguntaram se eu toparia fazer parte da equipe naquele período, aceitei. Depois consegui a licença, credenciado para praticar. Comecei voando com balões de mídia para empresas, depois participei de campeonatos no Brasil e no exterior. Na época não havia credencial especial da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC para operar voo turístico, pois balão é uma aeronave. Fui fazer nos Estados Unidos, e esta licença de piloto comercial de balão me abriu portas internacionais. Trabalhei na Austrália, Quênia, Tanzânia, além de voar em países da Europa, bem como Canadá, México, Nova Zelândia entre outros”. Na África, a partir de uma oportunidade profissional, Eduardo trabalhou de 2016 a 2019. Voava quase ao pé do Monte Kilimanjaro: “A altitude do solo é alta, 2.600 metros do nível do mar, então venta bastante. É um lugar desafiador para pilotos, e tem uma demanda de turismo alta. E a África é um lugar especial”. Entre as aventuras, quase tocou um leão na descida. “A vegetação estava alta, mas deu para verificar que ele tinha acabado de almoçar, tinha uma carcaça de zebra. Ele viu o balão e correu. Mas o maior temor eram as manadas de búfalos e elefantes. Eles ficam furiosos se você assusta um filhote. Já o traslado da volta de carro é rápido, apesar de estar numa savana com animais selvagens”, recorda Eduardo, que também trabalhou no vale dos  vinhedos do Napa nos Estados Unidos. Hoje, é piloto em Praia Grande, dispondo de nove balões, um deles também em formato de coração e bem procurado, por meio da sua agência @canyons_balonismo .

Foto: kevin Bidwell - Pexels
Foto: Fernando Machado

RASANTES

- Os cestos variam de tamanho e capacidade, podendo comportar de 4 a 24 pessoas, sempre considerando o piloto junto, sendo que o mais relevante é a carga de pesagem que um modelo de cesto pode comportar.

- Voo Cativo: o cesto fica cerca de 40 metros do chão, preso por cordas em mosquetões ao solo.

- O tempo do voo turístico pode variar de 40 minutos a 1 hora, dependendo das condições climáticas.

- Os cestos variam de tamanho e capacidade, de 4 a 24 pessoas, contando com o piloto, sendo a pesagem de cada carga é o que determina quantas podem entrar.

- Balão special shape, formato diferenciado dos tradicionais, que variam de acordo com a criatividade do designer, feitos por encomenda, ex: balões coração.